quarta-feira, 22 de abril de 2009

RESENHA CRÍTICA DO FILME O NOME DA ROSA




O NOME DA ROSA


TÍTULO DO FILME: O NOME DA ROSA (The Name of the Rose, ALE/FRA/ITA 1986)
DIREÇÃO: Jean Jacques Annaud
ELENCO: Sean Conery, F. Murray Abraham, Cristian Slater. 130 min, Globo

Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano e renascentista, e Adso Von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um mosteiro beneditino no norte da Itália para participar de um conclave e decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, contudo várias mortes começam a ocorrer e as vítimas aparecem sempre com as pontas dos dedos e a língua roxa, desta forma a atenção é totalmente desviada. Por sua maravilhosa capacidade de dedução William de Baskerville e seu noviço começam a investigar os fatos, os mais religiosos acreditavam que era obra do demônio, mas William de Baskerville não aceitava esta opinião.

A Baixa Idade Média (século XI ao XV) é marcada pela desintegração do feudalismo e formação do capitalismo na Europa Ocidental. Nesse período ocorrem, transformações na esfera econômica (crescimento do comércio monetário), social (projeção da burguesia e sua aliança com o rei), política (formação das monarquias nacionais representadas pelos reis absolutistas).


Durante a Idade Média umas das práticas mais comuns nas bibliotecas dos mosteiros eram apagar obras antigas escritas em pergaminhos e sobre elas escrever novos textos. Eram os chamados palimpsestos, livretes em que textos científicos e filosóficos na Antigüidade clássica eram raspados das páginas e substituídos por orações rituais litúrgicos. No O nome da Rosa, a biblioteca era um labirinto e quem conseguia chegar ao final era morto. Só alguns tinham acesso.

A informação restrita a alguns poucos representava dominação e poder. Era a idade das trevas, em que se deixava na ignorância todos os outros.

Antes que William de Baskerville conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega ao local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.

Mas no momento em que Bernardo Gui se prepara para acender a fogueira da Inquisição, William e Adso voltam à biblioteca labirintesca e descobrem uma verdade extraordinária, ali estava todos os livros proibidos, um saber que é ainda estritamente pagão (especialmente os textos de Aristóteles), e que pode ameaçar a doutrina cristã. Como diz ao final Jorge de Burgos, o velho bibliotecário, acerca do texto de Aristóteles – a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto, faz desmoronar todo esse mundo.


O filme é direto e bem claro quando aos acontecimentos da época, em que a Igreja controlava o Estado, retirava do povo o direito do conhecimento, os hereges, julgados de forma aristocrática e queimados sem piedade em fogueiras em praça pública. O homossexualismo, pedofilia e violência sexual contra mulheres também eram comuns na época.

Movimentos ecléticos do século XIV, a luta contra a mistificação, o poder, o esvaziamento de valores pela demagogia, são mostrados em um cenário sangrento sobre a política da historia da humanidade.

3 comentários:

  1. A resenha acima esclarece perfeitamente minhas dúvidas a cerca do filme. Agradeço pelo apoio pois ainda não assisti o filme e necessito de material para um debate.

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